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dá pra ouvir também aqui.
eu tenho uma vontade constante de juntar pessoas. botar numa mesma sala galeras de universos diferentes que eu conheço, pra ver elas ficando amigas.
“nossa, tal pessoa precisa ouvir isso… uau, essa ideia é a cara de tal outra pessoa” - esse é o tipo de coisa que me passa pela cabeça em praticamente toda conversa cotidiana. e é algo assim que vou tentar fazer aqui hoje.
amo fazer essas conexões pq sinto que estamos, sempre, a uma pessoa de distância de alguém muito legal. e não precisaríamos ter criado toda uma parafernalha publicitária pra fazer essas conexões acontecerem, como fazem as redes sociais das big techs. a nossa capacidade de criar redes e conexões é potente e pode ser desenvolvida, inclusive (e principalmente), para além do mundo digital privatizado. a gente só precisa colocar um cadinho de intenção pra termos mais autonomia e cuidado no nosso tecer de redes.
é uma certa ironia eu estar falando de conexões pra além do digital através de uma tela, mas bem, pelo menos por e-mail sinto que estamos com menos intermediários entre nós, né? fosse antes da pandemia eu seguiria preferindo apresentar as pessoas legais da minha vida ao vivo, em festinhas ou eventos. mas segue o baile.
inclusive, tem um grupo de whatsapp que a gente criou pra uma festa aqui em casa em 2019 em que a galera segue conversando e trocando de tudo até hoje - contatos, sementes, dicas de como lidar com vizinhos, fazendo compra coletiva de máscara pff2, emprestando coisas, uma infinidade de possibilidades - e festa essa que formou até um casal e casal esse que já teve até neném. conexões frutificando hehe a partir desse encontro promovido aqui em casa. lindo de ver.
se alguém está a uma Mari de distância de uma pessoa que vai fazer a diferença na sua vida, que eu possa fazer o possível pra facilitar esse encontro. é isso que eu sempre penso.
mas, como selecionar quais pessoas vou apresentar pra vocês hoje, aqui hein? que difícil. é tanta gente legal <3 escolhi então o recorte “pessoas que trabalho(ei) junto pela construção de novas narrativas”. imaginei que, se você está aqui, talvez tenha esse interesse em comum com a gnt tbm (me conta depois se eu acertei?) tem muuuito mais gente que queria convidar pra essa festa e em outras oportunidades volto pra apresentar outras rodinhas.
(ai gente, nao consigo parar de ver esse vídeo e ficar enfiando essas frases no que eu falo. esse menino, maravilhoso.) tá, voltando aqui pra nossa festa: pega ali um petisquinho inventado, a bebida imaginária tá na geladeira e chega mais nessa festa. pode ficar à vontade que a casa é tua tá?
se entrar no clima, que tal fazer que nem em festa ao vivo mesmo? vai lá e puxa papo com uma dessas pessoas novas - espia as conversas que elas tão tendo nas redes, vê se te interessa participar de alguma delas. vai que…
a Emilie, por exemplo, me ensina um monte sobre como as práticas narrativas podem semear mundos e um exemplo lindíssimo de como isso acontece na prática você pode receber assinando a newsletter dela. ela trata da arte de contar histórias como semente de mudança e eu boto fé nisso tbm.
já a Ana Paula é outra querida que está se formando como Educadora Parental. e nossa, NUNCA imaginei que como não-mãe (é assim que fala, será?) eu iria aprender tanto sobre com lidar com vários aspectos da vida com tudo que ela compartilha. há muitos anos ela trabalha com cultivo de pessoas (ceis já não acham que ela e a Emilie tem que trocar uma ideia?) dentro de empresas e essa visão só fez expandir - ou chegou mais perto da raiz - com a maternidade.
ainda dentro do universo da maternidade (sim rolou uma sincronicidade nos últimos tempos dessa temática por aqui viu!) tem a Isa, que me fez transformar completamente a forma como eu olhava para os partos. ao invés de cenas de tensão ou aquela assespsia médica, agora tenho referências de cenas belíssimas da potência dos nascimentos na minha mente. e é justamente pra isso que o projeto dela, o Futuro do Nascer, existe: pra nos reconectar com a nossa própria natureza. se você tá me lendo, nasceu (hehe), então já é o suficiente pra essa ressignifcação fazer sentido pra sua vida também ;)
na mesma rodinha dessa festa estaria Jessica, que além de amiga de Isa, compartilha com ela a missão de criar outras histórias para o nascer. Jessica é yogini, parteira e a partir dessas práticas e experiências pessoais criou um método para apoiar mulheres a encontrarem sua força para o momento de seus partos, a Yoga para o parto. ela busca encorajar mulheres a serem quem são e à atender o que a sua natureza convida a viver. inclusive, ela acabou de começar a publicar uma série de vídeos com práticas para gestantes que dá vontade de mandar pra todas as amigas grávidas. mandem pras amigas por aí também.
saindo do universo da maternidade, mas seguindo no assunto “criações poderosas que mulheres colocam no mundo, pra além de filhos”, tem Dandara, uma das minhas cantoras favoritas da vida. ela lançou um clipe ma-ra-vi-lho-so, da música Pretas Yabás. essa música recria a história que se conta sobre o lugar que as mulheres pretas ocupam na sociedade, movendo da base ao centro. são várias cenas muito simbólicas mostrando esse deslocamento - sendo uma das minhas favoritas essa aqui da foto, em que o nome de uma das ruas mais movimentadas do centro de Floripa passa a ser Antonieta de Barros: mulher negra, jornalista, professora e política brasileira que nem de longe tem uma visibilidade a sua altura. vale a pena ver ♥
e óbvio que nessa festa não podia faltar Fefe Resende que é quem com quem tanto aprendo a ver a internet como essa grande festa, com suas várias rodinhas e conversas paralelas rolando ao mesmo tempo. nem todo mundo vai curtir todos os papos, mas que eles tão aí, existindo, juntos e misturados, eles tão. a Fe disponibiliza um monte de saberes e metodologias pra circular por essa festa sem desgraçar nossa cabeça. o workshop dela é preciosidade nisso.
imagino taaanto essa mulherada reunida batendo altos papos. dessas grandes saudades desses tempos: as festas, óbvio, e as conexões que não são mediadas por um algoritmo. obrigada por estarem junto nessa tentativa de reproduzir algo parecido por aqui, hoje.
aliás, amo ser apresentada a novas pessoas tbm viu. se vc conhece alguém que acha que eu PRECISO conhecer, me escreve?
seguimos nessa conversa-festa.
até já.
beijos
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a carta sobre se ouvir rendeu conversa viu no privado viu? e tbm boas indicações:
Tales deu a dica de um aplicativo chamado Transcrição Instantânea pra quem quer experimentar o lance de falar e ver seu texto sendo escrito magicamente pela tecnologia. segundo ele é bem simples, porém funciona bem.
e algumas pessoas diferentes me indicaram esse texto aqui do Alex Castro sobre essa “fobia” dos audios do whatsapp e o que ela pode nos contar sobre nossa resistência em ouvir os outros. ele dá um exemplo de como ele gravou e se ouviu algumas vezes antes de mandar um áudio, e como isso ajudou ele numa questão com a esposa, sensacional. vale ler.
Adoro essas conexões. Já estou seguindo todas as que participaram dessa festa de hoje que celebramos através do seu texto. Obrigada por isso!