Ei, você ;) Seja muito bem-vinda!
Uau! Quanta gente chegou por aqui pela indicação da maravilhosa Thais, que já participou de encontros de escrita comigo, e acabou de lançar seu Substack Crônicas de uma Bi em Ascensão. Se você é uma dessas pessoas, que alegria te receber. Se não, fica a dica: vale muito a leitura.
Thais tem sido corajosa e generosa ao compartilhar sua jornada de autodescoberta sexual, explorando as camadas sociais, emocionais e culturais do desejo, da identidade e das relações. Nós precisamos muito de mais relatos destas vivências a partir da perspectiva das mulheres - e Thais tá arrasando nos textos. 😉
Por pura sincronicidade, o tema que me reconectou a Thais também me moveu muito nos últimos 15 dias. Por isso a carta de hoje também fala de sexualidade – mas sob outra perspectiva: a de uma mãe recém-saída da caverna do puerpério, que viveu o Carnaval intensamente, dentro do que "ter um filho pequeno, que ainda demanda a constante atenção materna”, permitiu.
Essa temática também chega junto com um novo momento das “Cartas da Mari Pelli’. Quero mais liberdade e mais explorações. Em todas as áreas da vida. Acredito que a coragem pra nós, como mulheres, podermos ser mais livres, nasce nas pequenas escolhas – como decidir entre uma ou outra palavra, ou entre enviar ou guardar uma mensagem. Quando essas escolhas são feitas com mais soltura, aos poucos nos dão confiança para passos maiores, para os novos rumos que desejamos pra vida.
Vamos começar assumindo:
áudios da Mari Pelli é um podcast!
Antes, os áudios da Mari Pelli eram apenas a versão lida dessa newsletter.
Nasceram pra ajudar pra quem não queria ler um texto, mas fazer parte da conversa. Só que isso me travava muito na fala - pois gravava pensando no texto escrito - e, por sua vez, acabava deixando o texto longo. Toda vez que eu ia gravar a versão escrita, a conversa ficava mais comprida. Então, decidi que pra preservar o tom de conversa, mas deixar esse texto mais gostoso de ler, vou aproveitar o melhor de cada formato:
🎧 Por áudio seguimos na conversa, na espontaneidade. Me senti até locutora de rádio mandando beijo pras ouvintes nesse episódio hehe.
📝 E no texto quero trazer o suco do tema, com mais síntese e clareza. Oremos pra rainha do textão aqui conseguir.
Também soltei o formato fixo de títulos que usava há quatro anos (!) - “escrevo como…” e agora vou explorar novas formas. Liberdade!
E pra mim é importante contar sobre meus processos e escolhas criativas porque, no fim das contas, é disso que se trata o papo que quero puxar com você: como o que sentimos se manifesta no que criamos – e vice-versa.
Então, no episódio de hoje, temos:
“Energia de gostosa! Será que mãe também tem?”
É o tema da vez. Fui de audião - o que me motivou a me assumir podcaster: o episódio tem quase 30 minutos!
E olha, foi o melhor resumo que consegui de 15 dias de conversas sincrônicas e intensas com mulheres muito diferentes, mas que convergiam para o mesmo ponto: a necessidade de acessarmos nosso desejo, nosso brilho, o nosso apaixonamento pela vida e pelo(s) outro(s).
❓ Como escapar da autocensura?
❓ Como não cair na caixinha assexuada de “mãe”?
❓ Como manter nossos desejos vivos e deixar que essa eletricidade reverbere em tudo – relacionamentos, trabalho, arte, vida?
Spoiler das possíveis respostas pra todas essas perguntas: a dificuldade de acessar esse brilho único e pessoal não acontece só com você e não é culpa sua!
Além dessas, foram muitas outras perguntas e infinitas respostas, entre uma viagem de 2.500 km de carro (SP-Botucatu-Floripa), rodas de mulheres, muito estudo sobre as raízes da nossa desconexão com o prazer, um Carnaval vivido como há tempos não fazia e até minha estreia tocando em um bloquinho (um desejo antigo realizado!). Ufa, teve de tudo!
E a cereja do bolo foi a trilha sonora que esteve presente esse tempo todo. Uma música que virou chiclete nesses últimos tempos e parece que costurou todas essas conversas: Energia de gostosa, de Ivetinha, foi o hit do meu carnaval.
E olha que nem foi a música que mais tocou nos rolês que eu fui. Só que sem dúvida foi a que eu mais ouvi dentro da minha cabeça.
Entre batuques e encontros maravilhosos, me percebi resgatando um pouquinho mais do meu brilho pós-maternidade – e celebrando o fato de que voltei a circular num contexto em que essa 'energia de gostosa' não é mais (tanto) sobre as nossas medidas, é sobre a nossa atitude e confiança na gente mesma!
Não é incrível que o axé, que tá de aniversário este ano, tenha saído dos "105 de bundinha” para cantar a energia de ser gostosa independente do tamanho da abundância? Se até o axé conseguiu dar essa volta, a gente, no alto dos nossos 30 e poucos/quarenta, também conseguimos vai. Boto fé.
Não que um hit vá resolver as causas sistêmicas e os dilemas coletivos de autoimagem feminina. Mas se uma obra popular (!) consegue alimentar o inconsciente coletivo com imagens um pouco menos opressoras, vamos celebrar! Não vamos deixar isso passar batido nãooo.
Este Carnaval fez parte do meu grito de "exijo minha vida de volta" e, como sei que quando uma mulher se permite ser plena, abre caminho para muitas outras, volto aqui pra compartilhar o que vivi.
A maternidade adicionou camadas de complexidade na minha relação com a minha “energia de gostosa” e estou me dando conta disso só agora. Não é que eu achava que tinha uma graaande “energia de gostosa” antes, mas, de alguma forma, isso parecia estar disponível pra mim, antes de ser mãe. E agora, em algum canto desse inconsciente coletivo que se mistura com o meu inconsciente pessoal, senti que não tá mais.
Me percebi mais cuidadosa com as roupas que ia usar, com o que ia fazer - além das preocupações básicas como: não dá pra virar a noite na festa pois ia precisar em algum momento voltar pra casa pra botar o filho pra dormir hehe. Mas, tem algo pra além do que são os “impedimentos reais” de curtir. Afinal, agora você é, tcharan - mãe de família (cheguei até a ouvir esse termo durante a festa hehehe). E ai, como ando me questionando toda vez que algo me soa como "não é pra mim”, fiquei nessa conversa interna: como assim não é pra mim? É pra mim sim.
Sou mulher, tô viva, claro que é pra mim.
Percebo que antes já rejeitei esse lugar, da energia de gostosa, vaidosa, brilhante pro mundo, não por escolha, mas por todas as convenções sociais sobre o que é ser mulher e como é desfrutar a vida. Mas a maternidade escancarou mais esse tema. Porque, no fim, a gente segue os checklists das expectativas sociais do que é ser uma mulher - se casa, tem filhos e, percebe que … quer mais. Quer a vida inteira. Que o que se espera da gente não é tudo o que a gente espera pra nossa vida. Só que agora, não tenho mais tempo a perder.
Pra mim, a maternidade trouxe como presente esse senso de urgência, uma relação intensa com vida, morte e vida pulsando o tempo todo. E o que eu quero passar pro meu filho? O gosto pela vida. E, principalmente, respeitar que as mulheres também podem gozar a vida. Se ouvir o corpo, a sexualidade, o encantamento, o brilho faz parte da experiência humana, são pra mim também. Então por que não?


Depois das provas visuais, tá convencida? 🤣 Depois de ouvir o episódio, me conta: como esse papo de “energia de gostosa” chega na tua vida nesse momento?
Mais novidades:
Agenda aberta para atendimentos individuais de Arteterapia!
A partir deste mês, inauguro meus atendimentos individuais como arteterapeuta.
A arteterapia é um espaço para se expressar, explorar seus processos internos e criar novas possibilidades. A arte ajuda a acessar o que muitas vezes nem conseguimos dizer, e é por aí que vamos encontrar novas formas de enxergar e lidar com o que você está vivendo.
O processo arteterapêutico pode complementar qualquer terapia que você já esteja fazendo (não importa a abordagem) ou ser um suporte primário caso você não esteja em acompanhamento no momento.
Se você sente que tem bloqueios ou dificuldades internas que precisam ser exploradas, a arteterapia pode ser uma ótima oportunidade para acessar e transformar essas questões. É possível trabalhar qualquer desafio pessoal a partir das ferramentas que a arteterapia oferece.
Ao longo das sessões, você vai poder integrar experiências, memórias e emoções, para viver de uma forma mais leve e saudável, ampliando a capacidade de curtir a vida.
🎨 A arte vai onde a palavra não chega. As cores, sons e formas ajudam a entender o que está guardado dentro de você e a dar sentido ao que ainda não pode ser dito.
💭 Enquanto na psicoterapia falamos sobre o que sentimos, na arteterapia podemos também dar cores, formas e sons para essas emoções. Ela expande suas formas de expressão, dando voz a questões que, muitas vezes, não conseguimos nomear. E, ao trazê-las ao mundo de uma forma mais concreta, ao alcance das mãos e dos outros sentidos, ampliamos as possibilidades de lidar.
Tenho bastante experiência ajudando mulheres a expressarem seus projetos e ideias no mundo (graças ao meu tempo na publicidade e comunicação). Também conduzi um grupo para mulheres que estavam lidando com os medos e desejos sobre a maternidade – algo que aprofundei na minha formação como arteterapeuta. Se você vive algum destes conflitos, tenho caminhos para te apoiar.
Mas também posso te acompanhar em qualquer outra fase da vida. A arteterapia é incrível para ajudar a atravessar momentos de transformação, luto, dúvidas e qualquer angústia que te desgaste.
As sessões podem acontecer no seu ritmo: semanais, quinzenais ou mensais.
Um cuidado individual, mas sem perder de vista o coletivo.
A inquietação com abordagens que tratam todos os desafios ou conquistas como responsabilidades individuais me fez criar um formato que combina o individual com o coletivo.
Acredito que nenhuma mulher deveria enfrentar tudo sozinha, principalmente quando se trata de emoções que surgem em um mundo que nos exige demais e que tocam a todas nós. Por isso, além dos atendimentos individuais, você também pode, se quiser, participar gratuitamente dos encontros mensais em grupo que eu ofereço:
🤲 Ambulatório Emocional – para colocar curativos artísticos nas dores cotidianas.
(Saiba Mais)
📖 Respiro – encontro de escrita para ganhar fôlego no meio da correria do dia a dia.(Saiba Mais)
Assim é criamos uma rede de mulheres que se apoiam e compartilham suas experiências, porque ninguém precisa fazer essa jornada sozinha. Você vai seguir seu caminho individual, mas vai estar acompanhada de outras mulheres indo em direções parecidas.
* Aliás, colegas da psicologia, da psiquiatria, da psicanálise, de todas as áreas do desenvolvimento e cuidado com a saúde humana: também estou disponível para colaborações, indicações e trabalhos em conjunto. Se sentir que a arteterapia pode contribuir em algum caso, vamos conversar e explorar possibilidades de suporte.
Agenda de março e abril:
Olha como estamos ficando cheia de possibilidades de estarmos juntas! Que alegria ver na minha agenda várias janelinhas onde podemos nos encontrar. Pra você conferir em qual dos encontros quer participar, aqui está a agenda completinha:
2 de abril, das 8h30 às 10h30 - 🌿☀️Colheita de Verão: oficina arteterapêutica, on-line. Um encontro para revisitar o verão, colher aprendizados e transformar vivências em inspiração para os próximos ciclos. (inscrições)
31 de março, das 19h às 21h - ✍️📓 Respiro: roda de escrita, on-line. um espaço para soltar a escrita, compartilhar e respirar entre palavras. (inscrições)
16 de abril, das 8h30 às 10h - 🎨💭 Ambulatório emocional: sessão arteterapêutica coletiva, on-line. Curativos artísticos para as dores cotidianas, um espaço de escuta e criação. (inscrições)
28 de abril, das 19h às 21h - ✍️📓Respiro: roda de escrita, on-line. um espaço para soltar a escrita, compartilhar e respirar entre palavras. (inscrições)
Lembrando que: Todas as mulheres em atendimento individual comigo durante este período podem participar gratuitamente de todos estes encontros.❤️
🌊 Muitas mudanças, revoluções.
Viu como rebolar, tocar, dançar gera mais vida na nossa vida?
Acesse sua arte. Acesse o seu brilho. Acesse a Energia de Gostosa que mora dentro de você. Tenho certeza que ela está esperando para rebolar a vida.
Um beijo, até a próxima!
🔗 LINKS DO EPISÓDIO:
Mariana Ribeiro e seu belo resumo sobre a conexão individual e coletiva das nossas experiências como mulher:
Marina Nicolaiewsky tá soltando CADA TEXTO precioso sobre as várias camadas da vivência materna. Estes dois fizeram parte das conversas recentes:
Se eu pudesse, te indicaria pra começar agora o curso da Morena Cardoso “O tempo da corpa é terra” que eu menciono no podcast e está sendo FUNDAMENTAL pra entender as camadas mais profundas do aprisionamento dos desejos das mulheres. A gente precisa entender o quanto antes todo o contexto do nosso tempo antropo-falo-ego-logo-centrico pra poder dançar melhor a vida. Como as inscrições tão encerradas, te recomendo seguir a página dela pra participar dos próximos:
E, finalmente, este podcast da Obvious também deveria ser de escuta obrigatória pra todas as mulheres, sobretudo as que foram criadas a muita Sandy & Junior na infância e tem o “amor romântico e a síndrome da escolhida” como pano de fundo das nossas existências em relações afetivas - ou seja, pra grande maioria que nasceu dos anos 80 pra cá e além ;)
Por fim, seria impossível colocar as falas de todas as pessoas, em sua grande maioria mulheres, que ouvi nos últimos dias e que me levaram a ferver tanto em ideias. E a ideia aqui nem é personalizar, mas sim coletivizar. Ainda assim, não poderia publicar essa reflexão sem agradecer profundamente a:
Ana, Ana Luiza, Beatriz, Bianca, Bruna, Camila, Camilla, Cami, Dani (x3 hehe), Fernanda, Hélio, Ju, Karina, Lariane, Lella, Lívia, Luciana, Mariana C., Maria, Mariana R., Marilia, Marina, Michelle, Milky, Mirella, Morena, Natacha, Paula, Rebeca, Rhaissa, Sthefany, Suvi, Thais, Vanessa, Viviane.
O texto da newsletter e o roteiro do podcast foram escritos ao longo de 6 horas, relatando experiências vividas durante 15 dias, passando do entusiasmo do período fértil carnavalesco, pela visão crítica e revisora da TPM, sendo finalizado e no último dia desse ciclo e enviado no meio da lentidão da menstruação. Todas as Maris do mês fizeram sua parte.
Para ler em aproximadamente 10 minutos e ouvir em 28 minutos.