escrevo como quem salta de paraquedas
coletivo: é saltar com colete paraquedas do alto de um prédio de 25 andares. disse Josué, com 5 anos.
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dá pra ouvir também aqui
oie!
passei essa semana na concentração e preparativos finais pro lançamento da Biblioteca do Ailton, que aconteceu hoje de manhã. não teve jeito de vir aqui escrever antes disso. também não vai ter jeito de falar de outra coisa e nem de terminar essa sexta-feira sem compartilhar com vocês o registro desse encontro.
afinal, não é todo dia que a gente tem a sorte de poder entregar um presente, daqueles feitos com muito carinho, por muitas mãos, como um singelo gesto de retribuição para algo pelo qual somos muito agradecidas. foi com esse coração que fui pra esse encontro com a Anna (criadora da Dantes editora, que viabiliza o Selvagem Ciclo de Estudos) e o Ailton.
vale assistir a gravação. foi um papo lindíssimo onde falamos sobre os sonhos para esse projeto, sobre a invenção de bibliotecas imaginárias, sobre nossa casa água, sobre a redescoberta das nascentes que passam por baixo do concreto, sobre que como que faz pra lidar com o excesso de lives e, claro, paraquedas coloridos:
desde o final do ano passado estamos organizando em comunidade esse acervo pra catalogar, organizar e acessibilizar as falas online do Krenak como uma forma de valorizar e agradecer a generosidade dele em compartilhar tanta sabedoria.
até agora a gente já tem mais de 150 registros na biblioteca, o que significa muito mais do que o dobro disso em horas de falas onde ele compartilha toda a visão dele sobre a vida, sobre com a gente pode e deve se reconectar com Gaia, com Pachamama, como podemos andar sem deixar pegadas tão fortes no mundo e a importância da gente se reconectar com a vida.
pra quem não conhece, o Ailton Krenak é uma das linderanças indígenas que tem mais visibilidade da atualidade, e com isso ele tá trazendo muitas outras vozes pra terem mais visibilidade. ele há muitos anos ocupa esse papel de liderança. na constituinte de 87-88 tem uma fala dele muito potente, que foi um momento muito significativo pra garantia de mínimos direitos dos indígenas no Brasil, mesmo que a gente saiba que essa garantia não tá garantida, infelizmente, diante de tudo que a gente tem visto acontecer. principalmente nos últimos anos, mas desde de mais de 500 anos atrás essa é uma luta que a gene precisa se envolver e se conscientizar da importância.
por isso tudo, essa é uma biblioteca de falas, e não de livros, onde é MUITO permitido fazer barulho, trocar, conversar e colocar todos esses saberes em ação.
confira o acervo e, se sentir o chamado, venha contribuir com essa construção:
volto na semana que vem pra gente digerir juntes essas e outras ideias
até já. se cuidem!
beijos