tempo de escrita: 8 anos
tempo de leitura do email: 6 min
dá pra ouvir aqui.
Informação absorvida precisa ser digerida tanto quanto o que se come, prisão de ventre enfeza tanto quanto bloquear ideias e os excessos ou faltas no caminho travam esse fluir. Tudo coladinho. Faz sentido pra você?
Parece simples, mas antes eu não enxergava os processos fisiológicos ou internos desse jeito cíclico. Tinha uma visão bem mais linear e segmentada de como as coisas funcionavam na vida.
Até que, há 8 anos atrás, eu descobri a perspectiva de uma saúde integral através do Ayurveda. Desde então miro nesse fluxo quando penso em cuidar da minha saúde, fazendo os pequenos ajustes que eu consigo pra ir cada vez mais nessa direção. E olhando daqui pra trás, posso notar as grandes diferenças que, até mesmo os pequenos gestos e hábitos, fizeram.
Tanto que não teve jeito desse jeito de viver o mundo ficar de fora do que ofereço pras pessoas no meu trabalho de facilitar processos criativos. Se vejo a vida de uma forma mais integrada, a forma como eu cuido de mim é a mesma forma como eu quero oferecer cuidado pras outras pessoas.
E comunicação, pra mim, é questão de saúde.
Por isso faz cada vez mais sentido olhar para os mesmos princípios que guiam uma alimentação saudável quando estamos pensando na forma como vamos colocar nossas ideias pro mundo, por exemplo. Os nossos processos digestórios estão todos conectados.
Ó só essa definição de alimentação saudável que tá no GUIA ALIMENTAR PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS MENORES DE 2 ANOS, do Ministério da Saúde, que a minha amiga Cristal indicou (introdução alimentar começando aqui):
“A alimentação adequada e saudável é fundamental para a manutenção da vida com bem-estar e qualidade. A alimentação adequada e saudável deve ser harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer. Ela deve atender às necessidades de cada pessoa de acordo com a fase da vida em que se encontra, suas preferências e especificidades.”
~ Pausa pra dar uns pulinhos de alegria e alívio de pensar que visões como esta terão mais voz na definição de políticas públicas pelos próximos anos ao invés dos taaantos retrocessos que a gente viu acontecer nesse período tenebroso. Colocar a responsa de cuidar desse fluxo no âmbito individual é injusto demais. Que as políticas públicas nos ajudem a garantir o que é fundamental pra que todo mundo possa fluir na vida \o/ ~
Voltando ao que diz ali no Manual do Ministério da Saúde, se a gente troca “alimentação” por “comunicação” as recomendações seguem fazendo todo sentido né? Se a nossa comunicaçao for “harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer”, e “atender às necessidades de cada pessoa de acordo com a fase da vida em que se encontra, suas preferências e especificidades” será que a gente não fica muito mais saudáveis, criativamente falando? Ao invés de estar todo mundo fazendo a mesma coisa, sem pensar em quantidade ou qualidade, e sem levar em consideração variedade, equilíbrio, moderação e prazer?
Dentro do meu micro univero, o que tenho feito pra distribuir essa visão é compartilhar ela sempre que posso. Nos encontros do Clube de Criadoras, por exemplo, a gente tem dedicado um encontro por mês pra refletir e fazer práticas relacionadas a cada uma das “etapas” do nosso processo de digestão. Como estamos ingerindo e digerindo os nossos alimentos criativos? Quais são eles? Como isso tudo se reflete na nossa expressão? São algumas das perguntas que a gente se faz toda semana.
Se a gente se mantiver, como diz o manual do Ministério, sempre buscando diversidade, equilíbrio, moderação e prazer, eu acho que a chance da nossa comunicação nos deixar menos doentes aumenta né não? E se a gente consegue fazer isso com nossas criações, tamos a um passinho de fazer com todo o resto e vice-versa.
Faz sentido pra você? Se você quiser experimentar por aí, deixei um mapinha pra você copiar, ou imprimir, e fazer a sua própria reflexão sobre como e quanto você tem ingerido-digerido-expressado. E tenho gravado, sempre que consigo, as práticas que fazemos no Clube pra quem quiser experimentar mesmo sem fazer parte (pra mim, conhecimento só é real quando compartilhado). Nessa primeira prática a gente focou em olhar pra ingestão e nessa outra, pra digestão. Me conta depois se fizer? Esse é meu grande objeto de estudos e eu adoro checar se elas estão fazendo sentido pras outras pessoas também.
E, como sempre, as portas do Clube estão abertas pra quem quiser chegar e praticar essas ideias junto com a gente <3
Que a gente consiga cuidar das nossas saúdes pra fluir na vida e apoiarmos mais uns aos outros!
Um beijo
Obrigada por todas as dicas!
perfeito Mari!